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Ilha do Fogo

A ilha do Fogo é de uma beleza ímpar. O seu nome deve-se ao imponente Pico do Fogo, um vulcão que se eleva 2829 metros acima do nível do mar, constituindo o ponto mais alto do arquipélago e uma das sete maravilhas do país.

Apesar do histórico de atividade recente, ao redor da montanha ardente vive uma resiliente comunidade na localidade de Chã das Caldeiras. Esses são os filhos do colosso de lava que se  recusam a abandonar aquilo que lhes dá a vida – o próprio vulcão! Alguns destes habitam em funcos,  casinhas cilíndricas construídas com o material expelido durante erupções.

Contrastando tons de cinzas vulcânicas com um verde denso de vegetação, Chã das Caldeiras tem uma beleza única. Seu solo rico em minérios permite o cultivo de uvas usadas na produção de vinhos locais. Além das uvas, também crescem nas encostas do vulcão marmelos, figos, maçãs, romãs, pêssegos e melões – os frutos da lava. Chã das Caldeira também abriga várias espécies de plantas endémicas, algumas raras e em risco de extinção.

A cidade de São Filipe, a terceira mais antiga do arquipélago, é o maior centro urbano da ilha. Dotada de uma história riquíssima, uma arquitetura formosa, e paisagens fascinantes, esta cidade merece ser apreciada. Da arquitetura salientam-se os sobrados, marcas da história colonial.

Delimitando o sudoeste da cidade encontra-se a praia Fonti Bila ou praia Senhora da Encarnação, um imenso areal preto vulcânico. Suas fortes ondas desquebram em renda branca sobre a areia negra criando um contraste perfeito. Durante o dia, o ardente sol a pico revela os pequenos cristais na areia negra de Fonti Bila. Ao entardecer, o magnífico pôr do sol laranja rosado sobre esta praia é um espetáculo da natureza imperdível.

Paragens também obrigatórias em São Filipe incluem a Casa da Memória, um museu que preserva recordações tanto da ilha do vulcão, como do restante do país; a casa das bandeiras, um importante símbolo do folclórico da ilha; o lendário Cemitério de Brancos com sua histórias; e finalmente, o mercado local onde o delicioso aroma dos produtos frescos mistura-se ao calor humano dos foguenses e ao crioulo melódico das vendedeiras que clamam “levam um cusa”.

Os foguenses são um povo festivo. Em Maio celebram a Festa de São Filipe e em Junho o São João, reunindo multidões em algumas das maiores manifestações culturais do país. Durante essas festas pode-se presenciar as destemidas corridas de cavalo e saborear a Djagacida, prato típico do Fogo.

Uma visita a esta ilha só fica completa após um banho nas piscinas naturais de Salinas. Não se pode partir ainda sem beber um café local em Mosteiros, ou antes provar o típico vinho manecom e o queijo de cabra em forma de cogumelo.

A ilha do Fogo é sinestesia pura! Deixe-se envolver pelo seu calor.